Um dia após acidente na Praça XV, catamarã é retirado de circulação | Jornal O Fluminense
Por: Priscila Andrade e Elaine Chistofori 29/11/2011
Por: Priscila Andrade e Elaine Chistofori 29/11/2011
Passageiros das Barcas Niterói-Praça XV tiveram ontem que ter paciência para pegar o transporte na manhã depois do acidente. Concessionária opera com 80% da capacidade
Filas de espera e sensação de insegurança. Passageiros das Barcas Niterói-Praça XV tiveram ontem que ter paciência para pegar o transporte, depois do acidente ocorrido na véspera, que deixou a concessionária com 80% de sua capacidade. Pela manhã, o tempo de espera para acessar a plataforma chegou a 20 minutos. Em reforma, a embarcação Gávea I, que colidiu na segunda-feira com um píer desativado na Praça XV, deixando mais de 50 passageiros feridos, continua fora de operação.
Todas as vítimas já receberam alta médica, mas no dia seguinte ao acidente restaram marcas de hematomas e escoriações.
“Hoje (ontem) peguei as barcas novamente. Não tenho muitas opções e preciso dessa condução. O que resta disso tudo é o medo e a insegurança. Estou ainda com dores no corpo, hematomas e sei que daqui a uma semana a dor física vai passar, mais como fica a situação? Ontem (segunda-feira) pudemos comprovar o desespero da tripulação, que acredito, deveria ser preparada para acalmar os passageiros”, lamenta o professor de educação física Marcos Bortolato, de 26 anos, que estava na embarcação no momento do acidente.
Assim como Marcos, outros passageiros reclamam da falta de socorristas na barca. Para eles, uma embarcação de grande porte deveria ter pelo menos um médico a bordo, ou alguém para socorrer as pessoas.
“Não existia equipamentos médicos, de primeiros socorros. As pessoas passaram mal e não havia ninguém da concessionária, com especialização para ajudar em um atendimento médico”, revelou.
A securitária Rafaela Sabóia, de 27 anos, mulher do analista de Tecnologia da Informação Daniel Maquiles Abreu, de 23, uma das vítimas do acidente, conta que o marido ficou traumatizado. Ontem, para ir ao trabalho, ele mudou a rota e optou pelo ônibus.
“Ele não conseguiu entrar nas barcas hoje (ontem). Está com trauma da embarcação. Daniel precisou pegar o ônibus às 7 horas para chegar ao trabalho no horário, às 9 horas, o que não aconteceu. Só conseguiu chegar ao Rio às 11 horas. Ele andava de barcas justamente por causa disso. O trânsito na Ponte Rio-Niterói é absurdo e o transporte hidroviário seria a solução. Seria, mas não é”, lamenta.
O advogado e presidente da Associação Nacional de Defesa dos Usuários de Transportes, Ralph Anzolin Lichote, que também estava na embarcação, revelou que irá entrar com ação coletiva de reparação de danos.
“No dia do acidente perdi uma audiência importante. Outros passageiros que se sentiram prejudicados entraram em contato comigo e juntos vamos mover uma ação contra a concessionária.
A Barcas S/A informou que a segurança do passageiro é premissa básica. Há planos de contingência para todas as situações de emergência e a tripulação é treinada em primeiros socorros, sendo os serviços monitorados pela Capitania dos Portos e pela Agetransp”.
O FLUMINENSE